sexta-feira, 4 de janeiro de 2008

Casas Bahia vão vender pela internet a partir de 2008


Casas Bahia vão vender pela internet a partir de 2008

As Casas Bahia vão começar a vender produtos pela internet a partir do ano que vem, revelou ontem o diretor-executivo da maior rede de varejo do País, Michael Klein. A reformulação da página eletrônica da rede está vinculada ao crescimento da base de clientes de cartão de crédito com a bandeira da empresa.
Atualmente, são 2,5 milhões, mas o investimento nas vendas online só será concretizado quando esse grupo atingir 4 milhões. "Nós primeiro temos de preparar a base para que possamos ter, no ano que vem, internet e público com cartão de crédito para fazer as compras. E também vender muitos computadores", afirmou Klein, durante a inauguração do novo centro de distribuição de Duque de Caxias, na Baixada Fluminense. A empresa não informa em números absolutos o total de computadores vendidos, mas nos primeiros quatro meses deste ano a venda na rede cresceu 170% em relação ao mesmo período de 2006.

Klein diz que as Casas Bahia contam com 26 milhões de clientes com crediário, mas apenas 10% deles têm cartão de crédito com bandeira da empresa, lançado há um ano e meio. Klein estima que são emitidos 10 mil cartões por dia, o que torna a rede de varejo, segundo ele, a maior emissora de cartões de crédito do País. A taxa de inadimplência nas vendas do crediário está entre 10% e 11%.

"Se alguém me perguntasse há dois anos se as Casas Bahia, com 500 mil clientes com cartão de crédito, deveriam vender pela Internet, diria que sim. Mas é melhor entrar atrasado do que não entrar", diz o especialista em varejo Nelson Barrizelli, professor da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da Universidade de São Paulo (USP). Algumas das principais concorrentes das Casas Bahia, como Lojas Americanas, Magazine Luiza e Ponto Frio, já vendem pela web.

O especialista estima que as vendas pela internet respondem por cerca de 5% das vendas totais do varejo. Em alguns nichos específicos, como o de produtos eletroeletrônicos, Barrizzeli diz que a porcentagem é maior. Para Barrizzeli, a entrada das Casas Bahia no comércio virtual vai movimentar não só as vendas de produtos eletroeletrônicos, como mexer com o mercado da Internet em geral e acirrar a competição.

Hoje, a página da Internet das Casas Bahia apresenta informações da empresa, endereços de lojas e procedimentos para adquirir o cartão de crédito. Mas o usuário deve procurar a central de atendimento, por telefone, se quiser fazer uma compra. A entrada das Casas Bahia no comércio virtual traz enormes desafios para a rede.

Atualmente, os produtos pequenos - como DVDs - são retirados diretamente pelos clientes das lojas. Ao vender essas mercadorias pela Internet, a rede teria de criar uma enorme estrutura de distribuição, proporcional ao número de clientes e a quantidade de vendas. No ano passado, as mais de 500 lojas das Casas Bahia faturaram R$ 11,5 bilhões. Pelas contas de Klein, antes de a venda de computadores explodir no Brasil, o movimento de um site de vendas seria o equivalente a duas lojas físicas e não valeria o investimento em logística. Agora, porém, está se formando uma enorme massa de consumidores com potencial de comprar pela internet.

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