terça-feira, 4 de setembro de 2007

As notícias de 03/09, são:

As notícias de 03/09, são:

- SindusCon: mercado imobiliário está longe de "boom", diz presidente

- Caixa começa hoje financiamento de imóveis para 30 anos

- Lançamento de imóveis cresce 99,09%

- Previ-Rio financia casa própria

- O crédito nos bancos privados

- Concorrência chega à casa própria

- Cresce crédito para construtoras

SindusCon: mercado imobiliário está longe de "boom", diz presidente
De acordo com o presidente do SindusCon-SP, João Claudio Robusti, apesar de a construção civil estar em plena expansão, o mercado ainda está longe de viver um "boom" imobiliário, já que corresponde a apenas 2% do Produto Interno Bruto (PIB) - soma das riquezas da nação - do País.

"Não estamos nem próximos de um "boom". Temos muito a avançar. Para se ter uma idéia, no Chile, o financiamento de imóveis corresponde a 17% do PIB; no México, 11%; na Espanha chega a 50% e, nos Estados Unidos, a 69% do PIB", disse.

Mercado
O presidente ainda destacou que o cenário, no entanto, já foi pior, mas que está em recuperação. "Na última Sondagem Nacional da Construção, o indicador de perspectivas futuras foi de quase 60, algo que há muito tempo não víamos", disse.

Como reflexo deste dado positivo, está a alta do nível de emprego no setor nos primeiros seis meses do ano: mais de 7%.

Com relação aos preços, o presidente do SindusCon-SP disse que o momento não é propício a possíveis aumentos. "Temos que trabalhar a produtividade da mão-de-obra e ampliar a produção de insumos, para que o aumento da atividade da cadeia não justifique a elevação de preços de materiais", afirmou.

Fonte: InfoMoney (Flávia Furlan Nunes)

Caixa começa hoje financiamento de imóveis para 30 anos
A Caixa Econômica Federal começa hoje a oferecer financiamento de imóveis em até para 30 anos. A mudança, que só vale para novos contratos, foi anunciada na semana passada e poderá ser feita pela Carta de Crédito do FGTS ou pelo Sistema Financeiro da Habitação (SFH), com recursos da caderneta de poupança.

As prestações mensais ficam 17% mais baratas, embora o valor total pago ao fim do empréstimo seja mais elevado. Os juros variam entre 8,16% e 13%, dependendo do valor do imóvel e forma de pagamento, segundo o Diário de S.Paulo.

A Caixa também criou uma nova faixa de financiamento, para imóveis entre R$ 130 mil e R$ 200 mil. Para os financiamentos entre estes valores os juros cobrados serão de 10,4% ao ano, mais o valor da Taxa Referencial (TR).

Anteriormente, a Caixa cobrava 12% de juros ao ano para imóveis financiados com valores de R$ 130 mil até R$ 350 mil.

Fonte: Portal Terra


Lançamento de imóveis cresce 99,09%
Na região metropolitana de Salvador, 2.876 novas unidades foram vendidas. Economia estável, queda de juros, prazos mais longos de financiamento e oferta crescente de crédito. Na Bahia, esses fatores aquecem o mercado imobiliário local. A última pesquisa da Associação dos Dirigentes de Empresas do Mercado Imobiliário da Bahia (Ademi-BA), revela um crescimento de 68,29% na venda de imóveis novos e de 99,09% no número de lançamentos no primeiro semestre deste ano com relação ao mesmo período de 2006.

Na região metropolitana de Salvador, 2.876 novas unidades foram vendidas e 3.289 lançadas. Do total de imóveis novos comercializados, 46% está na faixa de R$ 125 mil a R$ 250 mil, sendo que 68% são representados por apartamentos de dois e três quartos. "É o melhor resultado num primeiro semestre desde o início da realização do levantamento com as associadas da Ademi-BA em 1993", afirma o presidente da associação, Luiz Augusto Amoedo.

A retomada do mercado imobiliário baiano atrai construtoras e incorporadoras de outros estados. As grandes paulistas chegam e firmam parcerias com companhias locais, a exemplo da Gafisa com a OAS e da Cyrela com a Andrade Mendonça. Construtoras de outros estados, entretanto, também começam a explorar o bom momento do mercado baiano, como a goiana EBM e a sergipana Celi.

No caso da EBM, a decisão de entrar na disputa teve como ponto de apoio uma pesquisa que apontou Salvador como a capital nordestina com maior potencial na área imobiliária. "O estudo teve como base o faturamento dos últimos dois anos e a projeção dos próximos anos e sinalizou a capital baiana", diz Ricardo Fahel, gerente regional da empresa, que, além de Goiânia, também atua no interior de São Paulo, Rio de Janeiro e Brasília.

Contudo, não são só construtoras e incorporadoras que estão sendo atraídas pelo potencial de negócios na área imobiliária da capital baiana. A carioca Apsa Soluções Imobiliárias, que atua na administração de condomínios e imóveis, investiu R$ 1 milhão na aquisição da carteira da baiana Pimenta Imobiliária. A empresa chega decidida a introduzir na cidade seu modelo de gestão condominial e de imóveis. "Viemos para Salvador pela pujança do mercado e nível de transações imobiliárias", destaca o diretor-superintendente da Apsa, Leonardo Schneider.

Com matriz no Rio de Janeiro, onde administra 2.750 condomínios e cinco mil imóveis, a Apsa fatura anualmente R$ 384 milhões. Com a operação na Bahia, a expectativa é de um incremento de 15% no resultado da empresa, que já administra a locação de 700 imóveis na capital baiana. A companhia espera bons resultados também na gestão de condomínios em Salvador e no Litoral Norte, onde estão sendo lançados vários empreendimentos de segunda residência. "Grandes construtoras estão vindo para a Bahia e estamos chegando para fechar a cadeia produtiva, oferecendo os serviços exigidos nos condomínios", enfatiza o diretor da Apsa.

A Lopes Consultoria Imobiliária também se instalou em Salvador, onde investiu R$ 1 milhão na abertura da filial, que inaugura seu plano de expansão geográfica no Nordeste. Para o diretor Tomás Salles, a chegada é decorrência natural da expansão do mercado baiano que tem atraído grandes investimentos na área. "Como trabalhamos em parceria com as maiores construtoras e incorporadoras nacionais, e muitas delas já estão olhando para o Nordeste como um mercado de interesse, nossa expectativa é ser um canal de vendas para esses parceiros", explica.

O desempenho do mercado imobiliário baiano nos primeiros seis meses deste ano reforça a expectativa de que sejam comercializados mais de seis mil imóveis novos em 2007. Além de historicamente sempre o segundo semestre ter maior volume de vendas, em outubro, de 8 a 18, será realizado o 2º Salão de Negócios Imobiliários da Bahia, no Centro de Convenções da Bahia. A iniciativa da Ademi-BA alavancou o último trimestre do ano passado. O evento movimentou R$ 106,5 milhões em vendas e a expectativa é de que o resultado dobre este ano. O número de expositores inscritos, que foi de 66 em 2006, já pulou para 90. "Serão ofertadas mais de cinco mil unidades habitacionais", conta o diretor de marketing da Ademi-BA, Cláudio Cunha.

A OAS é uma das empresas que já garantiu participação no Salão de Negócios Imobiliários da Bahia. Em parceria com a Gafisa, a construtora baiana marcou seu retorno ao segmento residencial no ano passado, justamente participando do evento. "Além das oportunidades de negócios, o Salão funciona como termômetro do mercado, possibilitando avaliar a performance e a velocidade de vendas", diz o executivo da companhia Manoel Aguiar.

Para o presidente da Ademi, Luiz Augusto Amoedo, o Salão de Negócios Imobiliários da Bahia marcou a retomada do mercado baiano no ano passado. "O Salão não só deu maior visibilidade à conjuntura favorável que começava a se formar para o mercado imobiliário, com juros em queda, maior oferta de crédito e alongamento de prazos, como também apresentou um excelente resultado". Amoedo observa que, para melhorar ainda mais, neste ano, a oferta de crédito está aumentando e os juros continuam em queda, sinalizando condições ainda mais favoráveis para os negócios no Salão de Negócios Imobiliários da Bahia 2007.

Fonte: Gazeta Mercantil (José Pacheco Maia Filho)

Previ-Rio financia casa própria
Servidores ativos e aposentados da Prefeitura do Rio que desejam comprar a casa própria terão mais uma oportunidade, a partir do dia 17, quando começam as inscrições para a nova fase do programa de financiamento imobiliário do Previ-Rio. Os interessados deverão se inscrever pela internet, no endereço www.rio.rj.gov.br/previrio, até o dia 31 de outubro. De acordo com o Previ-Rio, mais de R$ 722 milhões já foram investidos em mais de 18 mil escrituras assinadas desde a criação do programa, em 1994.

A etapa atual traz uma série de vantagens para o servidor. O valor máximo do financiamento aumentou de R$ 150 mil para R$ 240 mil, enquanto o valor mínimo para a complementação da Prefeitura foi ampliado de R$ 30 mil para R$ 40 mil. Os juros anuais, que antes chegavam a 12% ao ano, serão agora de 3% a 8% ao ano, de acordo com o valor do financiamento.

Quem já possui imóveis, agora poderá utilizar a carta de crédito para comprar uma nova casa, o que antes era impossível. O prazo do financiamento também foi dilatado e poderá ser de 15, 20 ou 30 anos. Além disso, o imóvel pode estar localizado em qualquer município do Estado do Rio, quando antes era somente na capital e em alguns municípios próximos.

Juros

Algumas dessas mudanças também contemplam financiamentos já concedidos. Contratos em vigor poderão ter os juros reduzidos para se ajustar aos novos limites, ou seja, servidores com financiamentos a juros de 12% poderão reduzi-los a 8% e também poderão optar pela prorrogação do prazo contratado para 30 anos. As demais condições permanecem iguais. Ativos e inativos têm direito à carta de crédito.

Fonte: O Fluminense

O crédito nos bancos privados
As condições abaixo se referem a contratos com prestações atualizadas (pelo sistema SAC, o mais usado no mercado). Bradesco e Itaú emprestam por até 25 anos; os demais, até 20.

BRADESCO: Para imóveis de até R$ 120 mil, a taxa pode ser de 9% ao ano mais TR durante todo o contrato ou de 8% nos primeiros 36 meses e 11,5% no prazo restante. Imóveis acima de R$ 120 mil e até R$ 350 mil são financiados com juros de 11,5% mais TR. Acima desse valor, taxas de 12% mais TR.

ITAÚ: O banco financia imóveis com valor entre R$ 40 mil e R$ 120 mil com juros de 8% ao ano mais TR nos primeiros 36 meses e 12% no prazo remanescente; de 8,5% mais TR nos primeiros 60 meses e 12% no prazo restante ou ainda de 9% durante todo o contrato. Imóveis com valor entre R$ 120 mil e R$ 350 mil têm juros de 12% ao ano mais TR e, a partir de R$ 350 mil, de 12,5% mais TR.

SANTANDER: Na linha Super Casa Parcelas Atualizáveis, os juros da compra de imóveis com preço entre R$ 40 mil e R$ 120 mil são de 7,95% ao ano mais TR nos primeiros 36 meses e 12% depois. Para imóveis que custam entre R$ 120 mil e R$ 350 mil, a taxa é de 10,95% mais TR do primeiro ao décimo ano do contrato e 8,95% no prazo restante.
Para imóveis acima desse valor, o banco só financia com prestações fixas (Tabela Price).

REAL ABN AMRO: Para imóveis de até R$ 120 mil, os juros são de 9% ao ano mais TR. Para imóveis de R$ 120 mil a R$ 350 mil, taxa de 11,50% mais TR. E, para imóveis acima de R$ 350 mil (ou financiamento a partir de R$ 245 mil), 12% mais TR.

UNIBANCO: Os juros são de 8% ao ano mais TR para imóveis até R$ 120 mil nos primeiros 36 meses e 10,9% nos meses subseqüentes; 10,9% ao ano mais TR para imóveis acima de R$ 120 mil e até R$ 350 mil e 12,5% ao ano para imóveis acima de R$ 350 mil.

HSBC: Pelo SFH, os imóveis de R$ 50 mil a R$ 120 mil contam, nos 36 primeiros meses, com taxa de 7,98% ao ano mais TR e, nos meses subseqüentes, de 10,98% mais TR. Entre R$ 120 mil e R$ 350 mil, taxa de 11% ao ano mais TR em todo o contrato. Em outra modalidade de crédito, aplicada a imóveis que custam a partir de R$ 150 mil, os juros são prefixados, em taxas de 12,68%. Nesse caso, o prazo máximo é de dez anos e o financiamento, de até 75% do valor do imóvel. Na carteira hipotecária, juros de 12,5% mais TR.

Fonte: O Globo

Concorrência chega à casa própria
A tão esperada concorrência finalmente chegou ao crédito habitacional. Desde o ano passado, a queda dos juros vinha alimentando uma expansão considerável no volume de financiamentos para a compra de imóveis. Mas apenas na semana passada começou a ficar evidente a disputa das instituições por um mercado cada vez maior. Reagindo ao avanço dos bancos privados em um segmento que sempre dominou, a Caixa Econômica Federal aumentou em 50% o prazo máximo de parcelamento da casa própria, que passou de 20 para 30 anos. A intenção do banco estatal é manter em 37% sua participação nos financiamentos com recursos da poupança.

“Até dois anos atrás, o prazo máximo dos bancos privados era de 15 anos. Depois subiu para 20 e, mais recentemente, para 25 anos. Agora a Caixa oferece 30. É a chegada de algo com que sempre sonhamos: a concorrência entre os bancos”, diz Norberto Baú, vice-presidente do Sindicato da Indústria da Construção Civil do Paraná (Sinduscon-PR).

Expansão- Volume financiado cresce 72%, ainda longe do recorde de 2002 O mês de julho foi o melhor da história do financiamento habitacional com recursos da poupança. Foram liberados empréstimos de R$ 1,58 bilhão, quase o dobro do mesmo período de 2006, segundo levantamento da Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança (Abecip).

Os números de 2007 também impressionam: de janeiro a julho, os recursos contratados somaram R$ 8,52 bilhões, com alta de 72% em relação aos sete primeiros meses de 2006. Os bancos financiaram mais de 151 mil imóveis no ano, 64,2% a mais que em igual período do ano passado.

Dados do Sindicato da Indústria da Construção Civil do Paraná (Sinduscon-PR) mostram que o mercado curitibano também está aquecido. A área residencial liberada para a construção foi de 600 mil metros quadrados no primeiro semestre, praticamente o dobro do registrado entre janeiro e junho de 2006.

No entanto, a expansão terá de ser maior para que a construção civil de Curitiba supere o melhor resultado da década, registrado em 2002, quando foram liberados 1,5 milhão de metros quadrados. (FJ)Outro ponto importante: a combinação de mais prazo e menos juro resulta em prestações mensais menores e a exigência de rendimento mensal mais baixo. Em outras palavras, a parcela mensal cabe no orçamento de mais gente. No caso da Caixa, quem comprar um imóvel de R$ 200 mil, financiando R$ 140 mil, vai pagar R$ 1.699,02 por mês ao longo de 30 anos – valor 15% menor que o cobrado quando o prazo era de 20 anos. A renda familiar exigida recuou na mesma proporção, para R$ 5.663,39. Para um financiamento de R$ 80 mil com recursos do FGTS, a parcela caiu 17%, para R$ 824,69 ao mês, enquanto a renda familiar caiu de R$ 3.309,29 para R$ 2.748,97.

O presidente da Associação de Dirigentes de Empresas do Mercado Imobiliário (Ademi-PR), Hugo Peretti Neto, aposta que a briga pelo prazo mais longo vai continuar. “A cada anúncio que a Caixa faz, os bancos privados vão atrás. É bem provável que eles aumentem ainda mais os seus prazos”, diz Peretti, lembrando que há dois meses Itaú e Bradesco haviam invertido a tendência, obrigando a Caixa a reagir.

Empresários do setor não sabem estimar o impacto exato dessa medida sobre a expansão do crédito, mas acreditam que ela vai estimular uma mudança cultural. O brasileiro, antes acostumado a parcelar bens de pequeno valor, como eletrodomésticos, se sentiu confiante para assumir prestações mais longas para comprar o carro. O próximo passo será fazer o mesmo com os imóveis, como ocorre nos países desenvolvidos.

Nos Estados Unidos, por exemplo, os consumidores não alimentam o sonho de quitar a casa própria, porque têm de pagar mais imposto ao adquirir o patrimônio. Com regras diferentes e juros irrisórios, eles preferem passar a vida trocando um financiamento por outro. “Meses atrás, um empresário sul-africano me perguntou porque no Brasil a pessoa financia o automóvel e não a casa. É simples: porque, no caso do automóvel, o prazo é muito mais curto e a pessoa se livra da prestação mais cedo”, explica o gerente financeiro da incorporadora paulista Rossi, Ivan Piffer. “Quando há um horizonte de estabilidade, a pessoa se sente mais confortável. A tendência, no longo prazo, é que o brasileiro passe a financiar a casa e comprar o automóvel à vista.”

Outra mudança importante é que as medidas adotadas pelos bancos nos últimos meses contemplam imóveis para a classe média, até então deixada de lado. A prioridade, ao menos para a Caixa, sempre foi atender às camadas mais pobres da população.

Fonte: Gazeta do Povo – PR

Cresce crédito para construtoras
A recente turbulência nos mercado globais, provocada pelos problemas de inadimplência nos financiamentos imobiliários dos Estados Unidos, não tive impacto por enquanto no crédito habitacional brasileiro. As linhas de empréstimos continuam em expansão, segundo participantes do setor, e na semana passada a Caixa Econômica Federal, a maior do setor, anunciou ainda um aumento nos prazos das linhas, para 30 anos.

Além disso, o aumento dos investimentos na construção civil tem elevado a demanda por crédito nos bancos por parte das construtoras. Para crescer nesse segmento, as instituições financeiras apostam justamente nas parcerias com as empresas. Esses acordos têm sido a forma para garantir o financiamento tanto da obra quanto dos clientes.

O Unibanco lançou um novo produto, chamado "Individualizado", para financiar a obra com a garantia dos recebíveis dos clientes. O banco fecha parceria com a construtora e financia todos os clientes da obra em até 95% do valor do imóvel. Os 5% pagos à vista e outros 15% pagos até a entrega das chaves (durante 30 meses, prazo médio da obra) entram numa conta da construtora para financiar a construção.

O tradicional "Plano Empresário", que usa recursos da poupança para financiar a construção, funciona apenas como conta garantida, caso não seja atingida a meta de venda de 50% das unidades nos seis primeiros meses. Com isso, o banco consegue oferecer taxas mais baixas, de até 8% ao ano, explica o executivo de vendas do Unibanco, Alex Stanisci.

Outros bancos também avançaram nesse setor. Os dados dos balanços confirmam essa tendência. O crédito para empresas do Bradesco subiu 100%, contra 30% de avanço para as pessoas físicas. Com a farta liquidez, os bancos têm concedido crédito também para a construtora diretamente (capital de giro) e até mesmo para compra de terrenos, diz o vice-presidente do Bradesco, Ademir Cossielo. "O banco oferece linhas específicas adequadas ao fluxo de caixa da companhia e ao prazo da obra", diz.

No Itaú, segundo o diretor da área, Luiz França, o crédito para empresas cresceu 40% entre nos últimos doze meses até junho, atingindo um total de R$ 560 milhões contratados. "Basicamente financiamos 80% do custo de uma obra", explica.

França pondera, no entanto, que o financiamento desde o início da obra ainda é um desafio para este mercado. "Esta equação é complexa de se resolver, pois existem riscos para este empréstimo dado que o imóvel ainda não existe e os juros são cobrados deste o momento zero", avalia.

O Banco Real também registra forte crescimento na concessão para empresas, diz o diretor da área Antônio Barbosa. O banco começou um programa de avaliação sustentável dos projetos.

Conforme mostrou na última semana o Valor, o grupo Votorantim, por meio do banco do conglomerado, também entrou de forma direta no setor de incorporação, criando uma nova área.

A euforia se deve aos números forte do setor. Segundo dados do Banco Central, nos últimos doze meses, até junho, foram concedidos novos financiamentos num total de R$ 5,4 bilhões para construção de imóveis. Além disso, dados da Câmara Brasileira da Construção (Cbic) mostram que o número de unidades construídas no Brasil cresceu 28% nos últimos doze meses.

O presidente do Secovi, Romeu Chap Chap, diz que isso se deve à oferta cada vez maior de empréstimos dos bancos e das mudanças legais ocorridas recentemente. Desde a lei do patrimônio de afetação, os bancos concedem crédito diretamente para uma obra específica, reduzindo o risco em caso de quebra das empresas (como no caso Encol). Ele disse ainda que, mesmo com crédito farto, as construtoras seguirão oferecendo financiamento aos clientes.

Stanisci, do Unibanco, lembra, no entanto, que o recente movimento de abertura de capital levou para as construtoras uma nova visão, de governança, que eleva a preocupações dos acionista em aumentar a rentabilidade do capital. "É melhor pagar o custo do financiamento bancário ao invés de emprestar para os clientes cobrando IGP-M mais 12%", avalia.

Os bancos também têm feito parcerias com imobiliárias para o financiamento de imóveis usados. A Júlio Bogoricin, do Rio de Janeiro, fechou recentemente acordo com o Unibanco e somente no mês de agosto, durante a crise, registrou avanço de 50% nas vendas, acima dos 30% de crescimento mensal, explica o diretor de Marketing da Júlio Bogoricin, Márcio Pegado.

Apesar do otimismo, uma das preocupação está na possível elevação das taxas com o recente avanço dos juros futuros decorrentes da crise mundial. Como mostrou o Valor, algumas linhas de financiamento já tiveram a queda das taxas interrompidas e em outras, como veículos, já subiram. O Instituto de Estudo para o Desenvolvimento Industrial (Iedi), em relatório, analisa a continuidade da queda tanto das taxas quanto dos spreads, mas ressalta que a crise pode mudar esse quadro "se afetar negativamente a confiança de recebimento dos bancos no crédito concedido, caso em que os spreads serão majorados", diz.

Fonte: Valor Econômico

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