sexta-feira, 3 de agosto de 2007

Livro conta a trajetória


BIOGRAFIA
HÉLIO DANIEL CORDEIRO
No. 070 - Março/2004
Livro conta a trajetória
de sucesso de Samuel Klein
Biografias de gente famosa sempre despertaram o interesse de um público cativo. Muito mais enriquecedor é quando a biografia contada é de gente que não só tem uma mensagem a ensinar, como quando sua própria vida é uma mensagem em si. Este é o caso do empresário Samuel Klein, que de sobrevivente do Holocausto no inferno nazista na Polônia veio para o Brasil e com muito trabalho tornou-se o rei do varejo no País.
Sua fascinante história está contada no livro Samuel Klein e Casas Bahia: uma Trajetória de Sucesso (Ed. Novo Século), escrito pelo jornalista Elias Awad. Como diz o empresário no prefácio da obra: “Este livro tem o objetivo de mostrar que a árvore que tenho hoje, bonita e cheia de frutos, foi plantada e cultivada há cinqüenta anos. E isso serve como prova de que, também no aspecto pessoal, tudo é conquistado cultivando-se. É assim que se ganha o respeito da família, dos parentes e dos amigos.”
Samuel Klein nasceu em 15 de novembro de 1923 na aldeia de Zaklikov (Polônia), um povoado de três mil habitantes há 80 quilômetros de Lublin. Samuel era o terceiro filho de Sucher e Szeva Klein. A profissão do pai, carpintaria, fazia-o acordar sempre muito cedo: antes mesmo do Sol nascer. O cantar dos galos servia de sinal para despertar. Com o pai aprendeu o ofício de carpinteiro. Aos 14 anos de idade mudou-se com a família para a cidadezinha de Lippe. Ali havia ainda menos judeus que Zaklikov, mas haveria mais clientes para os negócios do pai.
A sociedade polonesa católica era extremamente anti-semita e as relações sociais entre católicos e judeus praticamente não existia. Samuel não entendia o motivo daquilo tudo. Apenas observava e aceitava como sendo da forma que deveria ser. A vida seguia seu curso normal até a invasão da Polônia pelas tropas nazistas.
Em meio à guerra, numa sexta-feira, Samuel escutou umas batidas fortes na porta de sua casa. Foi atender e um soldado alemão disse-lhe que a família teria dez minutos para partir. Começavam dias difíceis para os Klein. A família foi dividida e transportada para campos de concentração. As últimas palavras que ouviu da mãe, em meio à gritaria antes do transporte para campos de concentração, foram: “Salve-se, Samuel, salve-se!”
Como uma espécie de tributo à mãe, Samuel realmente conseguiu sobreviver à guerra e ao Holocausto. Depois da guerra reencontrou o pai e os irmãos que também conseguiram sobreviver. Samuel passou então a viver na Alemanha. Ali conheceu Ana, por quem se apaixonou. Casaram-se e tiveram o primeiro filho, Michael.
Apesar das dificuldades do pós-guerra na Europa, Samuel Klein ia progredindo nos negócios. Mas seu espírito empreendedor levou-o em 1951 a tentar a sorte na América do Sul. Partiu com a família para a Bolívia, mas a instabilidade política neste país dificultavam demais as coisas. Com sua visão apurada, vislumbrou no Brasil um país com grande potencial. Reuniu novamente a família e partiu para cá.

Brasil

Após uma rápida passagem pelo Rio de Janeiro, onde tinha parentes, Samuel Klein veio para São Paulo, escolhendo para morar no tradicional bairro judaico do Bom Retiro. No Brasil Samuel e Ana viveram a alegria da chegada dos novos filhos Saul, Eva e Oscar.
Os primeiros anos foram duros, mas como nada resiste ao trabalho, pouco a pouco as coisas iam melhorando. Com refinado tino comercial, Samuel Klein passou de mascate que vendia mercadorias de porta em porta com sua charrete em São Caetano do Sul a dono de um estabelecimento fixo. Adquiria em 1957 o primeiro ponto da Casas Bahia nesta mesma cidade do ABC paulista.
Desde então a empresa comandada por Samuel Klein não parou de crescer. Hoje são cerca de 350 lojas espalhadas por sete estados brasileiros mais o Distrito Federal. O grupo emprega mais de 20 mil funcionários diretos, é o maior anunciante do País e colabora com inúmeras causas filantrópicas dentro e fora da comunidade judaica.

Visão do País e da vida

Algumas frases colhidas da biografia de Samuel Klein resumem a sua visão otimista sobre o Brasil e a vida:
“Que país abençoado esse Brasil. O povo também é pacato e acolhedor. O Brasil é um país que dá oportunidades para quem quer trabalhar e crescer na vida.”
“Cresci junto com o Brasil. Não fiquei parado vendo o país crescer.”
“De um bom namoro sai um bom casamento. Da boa conversa, sai um bom negócio.”
“O Sol nasce para todos.”
“Viver e deixar viver.”
Copyright © Revista JUDAICA.. Todos os direitos reservados.
SAMUEL KLEIN
Um ser humano apaixonante
HÉLIO DANIEL CORDEIRO
Entrevista exclusiva com Elias Awad, autor do livro Samuel Klein e Casas Bahia: Uma Trajetória de Sucesso.
Como surgiu a idéia do livro sobre o empresário Samuel Klein?
O Sr. Samuel Klein nunca gostou de auto-promoção. Sempre preferiu uma vida reservada. O que o motivou a contar sua história para que fosse transformada por mim em livro foi a "pressão" dos amigos e o fato de ter completado 80 anos em 2003. Com isso, muitas pessoas podem ter na história de Samuel Klein um grande exemplo de vida.
Você já o conhecia?
Fui apresentado a Samuel Klein por um amigo em comum. Passamos, então, a nos encontrar semanalmente para as entrevistas. Foram momentos marcantes e fascinantes e com os quais aprendi muito. Com as verdadeiras aulas que recebi de Samuel Klein cresci tanto pessoal como profissionalmente. Ele é um ser humano apaixonante!
Quanto tempo durou para fazer as entrevistas e onde foram feitas?
Em função da apertada agenda do empresário levamos aproximadamente um ano e meio para a finalização do livro. No início os encontros eram mais espaçados e sujeitos a cancelamentos, mas com o passar do tempo tudo se engrenou e o trabalho deslanchou. Além do Samuel Klein, entrevistei também mais de 40 pessoas que participaram da vida profissional e pessoal dele. Foi um trabalho maravilhoso e enriquecedor.
O que mais impressionou você na fascinante história do Samuel Klein?
A perseverança, o positivismo e a visão privilegiada e diferenciada das situações. Samuel Klein sempre acredita, seja num amanhã melhor, nas pessoas, nos negócios que faz... Enfim, é um homem que contagia pelo otimismo.
Como sentiu a repercussão dos leitores após o lançamento?
A repercussão e a crítica ao livro estão sendo muito positivas. Optei por escreve-lo em terceira pessoa. O que mais tem me impressionado é o grande número de leitores situados entre os 17 e 22 anos. Recebo e-mails desses jovens dizendo que passaram a ter uma visão diferente do futuro, das condições profissionais que o mercado os reserva.
Dizem que após terem lido a biografia do Samuel Klein passaram acreditar mais em si próprios e que s

Nenhum comentário: